quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Injustiça

 
Sendo, ontem, 11 de agosto, estive pensando bastante no tema da justiça. Ou melhor, no tema da injustiça.
 
Abordado por diversos autores de renome, pelos maiores filósofos, artistas e escritores de todos os tempos, trata-se, sem dúvida, de um horizonte universal da reflexão humana. Algo que se associa à existência de uma forma carnal.
 
Diariamente, observamos a injustiça. Ela se manifesta nas mais diversas esferas que saibamos cogitar. Há a injustiça de posses, de consumo, de condições materiais. A injustiça da impunidade, da reparação. Injustiça institucional, civil, militar, criminal. Injustiça de alguém ganhar mais exercendo a mesma função. Injustiça, até mesmo, divina.
 
Como um rosto que sorri, irônico, da própria sombra, há também, e que força tem!, a injustiça sem adjetivos, sem regência, sem locuções. A injustiça que nada tem que ver com regimes, propriedade, crença, tabus. A única contra a qual não há remédios práticos nem teóricos, tábuas nem utopias. A injustiça que você sente quando suas ações, suas ideias, seus sentimentos e razões mais profundos descobrem não valer nada, não fazer a menor diferença para quem está ao redor.
 
Aquela que se decanta do antigo encanto como um silêncio úmido, salgado. Uma falta atônita de palavras, derivada do excesso traído de sentimento.
 
Aos advogados, estudados ou autodidatas, que lutam contra esse tipo de injustiça; às pessoas que, na simplicidade feraz de sua grandeza, evitam praticá-la, sabedoras que são das leis mais sagradas da vida, a minha admiração.
 

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