quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Sentimento

 
Quando se tem sentimento, não é pelas opiniões, pela roupa, pelos gostos, pelas opções que se exercem no catavento de decisões chamado vida. É pela pessoa.
 
Com seus erros, seus limites, seus contornos insondáveis sob o papel vegetal das expectativas que lhe impingimos.
 
A pessoa inteira, não seu compacto com melhores momentos. A pessoa que pode ou não mudar. A pessoa e seus fantasmas, também suas fantasias. A pessoa em toda sua loquaz contradição.
 
Porque, ao fim e ao cabo, pessoas é o que somos quando tudo desmorona e quando tudo recomeça. Pessoas que, nas suas circunstâncias específicas, compartilham iguais necessidades. O mesmo corpo, a mesma fome, o mesmo sal.
 
Porque pessoas, não ideias, o que conforta perdas, realça brilhos, irriga a pele na sequidão das estiagens da alma cansada.
 
À beira dos 29, nesta manhã enfim chuvosa, é o que atesto e, simples, reproduzo.
 

Nenhum comentário: