sábado, 14 de março de 2015

Deixar-se

 
Quando penso em seu rosto, não quero que todos descubram a beleza que nele vejo. Desejo que ele sorria, que se ilumine de fantasia, que core de fascínio e surpresa onde impossível achar encanto.
 
Pois quando penso em você, só o que me preocupa é que seja feliz; que consiga, no caos urbano, minutos de segredo para ouvir o coração.
 
Pois quando, discreto, amo em seu coração, ouço poemas ainda por se escrever, litorais ainda por se inundar. E já pouco importa ser uma ilha, o mar,... o escritor ou um barquinho velho cortando o horizonte, desde que este se expanda em seus ideais, desperte-lhe sonho e nostalgia do que será.
 
Pois quando a vida a eleva, por longe que esteja posso vê-la, estrela, brilhar. E isso me aproxima, não afasta. Isso me basta. Este amor que, do céu à terra, de mistério não tem nada, pois nada busca, nada exige, nada pede senão deixar-se existir.
 

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