sexta-feira, 20 de julho de 2018

Dedos


Uma falha, um erro, todos são processos normalmente longos, magoados, doloridos.

Espanta como, em cada fase desses processos, rara é a mão que se estende ou o olhar que se aproxima. Espanta mais como, concretizada a falha, exposta a fraqueza, sobram dedos que apontam, apertam o machucado, indicam o que devia ter sido feito.

Onde estavam durante o caminho? Se tão sábios e tão enérgicos, por que não impediram os acontecimentos quando estes ainda não o eram? Por que não escreveram uma carta? 

Por que, impotentes para mudar o curso, não ficaram, ao menos, e fizeram companhia?

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